terça-feira, 9 de julho de 2024

Festa de São Pedro de Catuçaba em São Luiz do Paraitinga

No dia 29 de junho é celebrado como o dia de São Pedro e São Paulo. E todo ano acontece a festa em Catuçaba, distrito de São Luiz do Paraitinga estado de São Paulo em sua homenagem. 

Essa data foi escolhida em referência à tradição católica de celebrar o martírio de São Pedro e São Paulo, ambos considerados os principais santos da Igreja Cristã.

Fotografia: gentilmente cedidas por Charlene e Angélica

© todos os direitos reservados 

Edição: Lucelia Freire 



Os combatentes da Revolução de 32 em São Luiz do Paraitinga SP

#Feriado 9 de julho de 1932, 

Nesta data teve início a Revolução Constitucionalista, também conhecida como Revolução de 32 ou Guerra Paulista. Esse movimento, que durou 87 dias, ocorreu no estado de São Paulo e tinha como objetivo derrubar o governo provisório de Getúlio Vargas e elaborar uma nova constituição para o Brasil. Após a rendição dos paulistas em 4 de outubro de 1932, o saldo oficial foi de 934 mortes, embora estimativas indiquem que até 2200 pessoas possam ter morrido.​

A Revolução de 32 foi uma reação paulista à Revolução de 1930, que encerrou a autonomia dos estados, impediu a posse de Júlio Prestes como presidente e pôs fim à "República Velha", marcada pela política do café com leite, onde Minas Gerais e São Paulo se alternavam no poder. Entre os heróis da Revolução de 32 estão Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, conhecidos pela sigla "MMDC", cujos nomes foram inscritos no Livro dos Heróis da Pátria. Esse conflito foi o último grande conflito armado do Brasil e, em homenagem à revolução, o dia 9 de julho é feriado no estado de São Paulo.

 #RevoluçãoConstitucionalista #HistóriaDoBrasil #MMDC → Leia mais em https://shorturl.at/6wFXm
Combatentes paulistas na sua chegada a São Luiz do Paraitinga/SP, durante a Revolução Constitucionalista de 1932. Imagem enviada por José Carlos Oliveira. 

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Registro do Batalhão "Oswaldo Cruz" incorporado à Força Pública. Reunia voluntários de São Luís do Paraitinga/SP, cidade que foi palco de ação na Revolução de 1932 e onde nasceu o ilustre patrono do batalhão. Publicado no "Diário Nacional" em 1º de setembro de 1932, p7. Imagem compartilhada por Alan Campos.

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Batalhão da Liga de Defesa Paulista em São Luiz do Paraitinga, SP na Revolução de 32. 

Fonte: http://tudoporsaopaulo1932.blogspot.com.br/2012/04/revolucao-de-1932-em-fotografias-parte.html 

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Registro de combatentes paulistas (não identificados se alguém souber, comenta) durante sua passagem aqui em São Luiz do Paraitinga, SP , na Revolução Constitucionalista de 1932. 

Ao fundo, identificada a centenária Igreja Nossa Senhora do Rosário.

Suspeitamos que sejam possivelmente integrantes do 2º Batalhão de Caçadores da Reserva (também conhecido por "Batalhão de Voluntários de Piratininga"). 

Imagem do acervo de Tudo por S. Paulo 1932. 
Por: Redação de Guardiões de 32.

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MEMÓRIAS DA REVOLUÇÃO DE 1932

A CAPELA DE CATUÇABA

Durante o período da Revolução Constitucionalista de 1932, que começou no dia 9 de julho, diversos soldados paulistas ficaram aquartelados na vila de Catuçaba. Alguns deles grafaram diversas frases na parede da torre da capela de São Pedro, situada no alto de um outeiro, ao redor do qual ficava a maior parte das casas.

Depois do Movimento Constitucionalista, os moradores de Catuçaba conservaram por muitos anos o que os revolucionários escreveram, como uma relíquia do lugar. As principais frases eram:

"O paulista, desmentindo o deprimente conceito em que lhe pôs em 30 o brasileiro, mostra em 32 que como guerreiro é o mesmo gigante que soube impulsionar o incomparável progresso de sua nobre e generosa pátria São Paulo". A assinatura estava ilegível.

Outra, datada de 17 de setembro de 1932 dizia: "Em cumprimento do dever pelo Brasil unido e forte". Era assinada por Triba B. Ribas e B. Archidio e Sano.

Uma outra era até dramática: "Com S. Paulo até a vida; para S. Paulo até a morte". Não trazia assinatura.

Entretanto, no decorrer de uma reforma promovida naquele templo no início deste século, não se valorizaram essas inscrições, que documentavam um dos acontecimentos mais importantes da história e da memória de nosso município; e todo esse patrimônio foi apagado. Lamentavelmente. 

Por: Judas Tadeu de Campos (im memoriam)

Neste local morreu o Tenente Carioca durante a Revolução Constitucionalista de 1932.

. Corredor Turístico - Bairro do Órris em São Luiz do Paraitinga, SP 

A SAGA DE UMA FAMÍLIA NA REVOLUÇÃO DE 1932

Durante a fase mais terrível da Revolução Constitucionalista em nosso município, os sofrimentos maiores parecem ter atingido os moradores do Bairro do Rio Acima.

Foi o caso da família de José Valério de Oliveira, conhecido como seu Zequinha. Fazia alguns anos que ele tinha vindo de Minas Gerais. Possuíam um sítio onde se dedicavam à produção de alimentos.

Quando souberam da aproximação das tropas ditatoriais foram se esconder no isolado Bairro do Pico Agudo. Mas seu Zequinha voltava todos os dias ao sítio para tratar do gado.

Entretanto, um dia, quando realizava essa tarefa, ele foi surpreendido pelos soldados inimigos. Permaneceu prisioneiro até que o comandante o mandasse libertar.

E no dia seguinte a família ouviu o barulho do tiroteio que paulistas e ditatoriais travaram durante muitas horas na vargem do Rio Paraitinga, a uns seis quilômetros da cidade.

Quando puderam voltar ao sítio encontraram a farinha, a rapadura, as aves, porcos e outros produtos todos estragados ou mortos pelos ditatoriais. Só não mataram um touro. O prejuízo da família foi quase total.

Mesmo depois da Revolução, quando já estavam em casa, reviveram o drama da guerra civil. Indo para a cidade, ao passar pelo local da batalha viram que a mão de um defunto estava fora da cova rasa onde fora enterrado. Seu Zequinha foi colocando punhados de terra até que tudo estivesse sepultado.

Era o corpo do tenente Manoel Cipriano, um baiano das tropas ditatoriais, que hoje está no local conhecido como "Capela do Carioca" (foto).

(As informações deste drama familiar e comunitário foram contadas por Dona Maria Aparecida de Oliveira, filha do seu Zequinha, a quem muito agradeço)

Por Judas Tadeu de Campos (im memoriam)